|   Jornal da Ordem Edição 4.266 - Editado em Porto Alegre em 28.03.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
|   Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Constituição Federal, 1988
NOTÍCIA

23.04.07  |  Magistratura   

O furacão da limpeza

Na madrugada de 23 de novembro, uma quinta-feira, um delegado e dois agentes da Polícia Federal entraram discretamente num escritório de Advocacia no número 121 da Rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro. A sala pertence ao escritório Borges, Beildeck e Medina Advogados, e um dos sócios é Virgílio Medina, irmão do ministro do STJ, Paulo Medina.

Durante uma hora e 15 minutos, numa ação sem precedentes na crônica policial brasileira, os policiais fizeram filmagens, tiraram fotografias e, com uma máquina portátil, fotocopiaram documentos, planilhas, anotações. Encerrado o trabalho, fecharam silenciosamente a porta do escritório e saíram sem deixar pista de sua passagem pelo 6º andar do edifício.

Com ações inéditas como essa, a Operação Hurricane (furacão, em inglês), que levou 25 pessoas à cadeia, deu início à maior devassa já sofrida pela Justiça – e, no escritório da Rua do Ouvidor, encontrou fortes evidências de venda de decisões judiciais, num esquema criminoso que pode ter chegado ao STJ, a mais alta corte do país para assuntos não-constitucionais.

Na sexta-feira passada, o bote sobre a Justiça continuou com a Operação Têmis, nome da deusa da Justiça na mitologia grega. Desta vez, cerca de 300 policiais federais cumpriram setenta mandados de busca e apreensão e vasculharam o gabinete de três desembargadores do TRF da 3ª Região – Roberto Haddad, Nery da Costa Júnior e Alda Basto.

Além deles, os agentes federais estiveram no gabinete de dois juízes da Justiça Federal paulista, Djalma Moreira Gomes e Maria Cristina Cukierkorn. A suspeita investigada em relação aos cinco magistrados é a mesma: a existência de um esquema clandestino de venda de sentenças e liminares, quase sempre destinadas a beneficiar empresários que exploram o jogo ilegal, sobretudo casas de bingo que operam com máquinas de caça-níqueis, o que é proibido por lei desde 2000.

O esquema incluiria o pagamento de mesadas de 20 000 a 30 000 reais a desembargadores, juízes e outros funcionários públicos. Até a noite de sexta-feira, o único dos cinco magistrados a falar sobre o assunto foi a juíza Maria Cristina Cukierkorn. Ela interrompeu a licença-maternidade, voltou ao seu gabinete e, por meio da assessoria de imprensa, declarou-se "perplexa" com as investigações. Afirmou que não faz idéia do motivo de ter sido incluída na operação.

........................


REVISTA VEJA DESTA SEMANA

Acesse diretamente o saite da Editora Abril e conheça revelações impressionantes

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

BOLETIM INFORMATIVO. CADASTRE-SE!
REDES SOCIAIS E FEED
RSS
YouTube
Flickr
Instagram
Facebook
Twitter
(51) 3287.1800
Redação JO: Rua Washington Luiz, 1110, 13º andar - Centro - CEP 90010-460 - Porto Alegre - RS   |   [email protected]
© Copyright 2024 Ordem dos Advogados do Brasil Seccional RS    |    Desenvolvido por Desize

ACESSAR A CONTA


OABRS:   *
Senha:   *
Esqueci minha senha  |  Novo cadastro